Quer engajar? Crie uma comunidade

Em tempos de pandemia, quem participa de uma comunidade engajada está no lucro.

Esse momento que estamos vivendo acelerou alguns futuros, e um deles foi o das comunidades.

Na verdade, viver em comunidade é nosso passado, presente e futuro. No passado vivíamos em bandos para nos proteger. Viver sozinho era sinônimo de perigo e morte.

E hoje em dia o conceito de comunidade está emergindo forte. Isso não significa que não estamos vivendo em comunidades há anos, mas que estamos aprendendo a criá-las e entender seu valor para o bem do todo.

O primeiro contato que eu tive com essa tendência foi com a Izadora Barros. A Iza é uma amiga da época de escola que virou gerente de comunidade de um coworking super badalado aqui de Brasília: o Manifesto Coworking.

Ela tem um verdadeiro caminho de aprendizagem autodirigida em relação à criação e gestão de comunidades.

Foi trocando uma ideia com ela que eu descobri essa tendência e vendo a paixão no olhar dela que eu me apaixonei também.

Eu entendi que criar e gerenciar uma galera com o mesmo propósito, a fim de trocar ideia era algo que tinha muito a ver com a Numi. Isso é aprendizagem criativa, com certeza. E isso tem muito a ver comigo também. Adoro aprender com pessoas e facilitar a serviço das pessoas.

Resolvi fazer o curso que ela criou de Comunidades com o Leo Ornelas, pela Manifesto. O curso me abriu caminhos dentro desse universo.

Na minha jornada de aprendizagem autodirigida acabei aprendendo ainda mais sobre o assunto e resolvi compartilhar por aqui.

O que é uma comunidade, afinal?

Comunidade é uma galera que está junta com o mesmo propósito, a fim de trocar, crescer e se conectar.

Existem comunidades lideradas por uma pessoa e comunidades com líderes que vão emergindo durante o processo. As pessoas podem se juntar online e/ou presencialmente.

Por que alguém se interessaria em criar uma comunidade?

Como eu disse, as pessoas querem se sentir protegidas, acolhidas. Fazer parte de uma comunidade é sinônimo de estar vivo.

No contexto atual, muitas pessoas e empresas estão criando comunidades com pessoas engajadas para nutrir um relacionamento de confiança e um espaço onde as pessoas possam aprender e experimentar juntas.

Também é um novo formato de usar o marketing digital, com um olhar para o coletivo, menos egoísta, pensando no valor que se entrega para as pessoas.

A partir dessa relação que nasce nesses espaços, é mais fácil das pessoas comprarem de você e até pagarem para fazer parte da sua comunidade.

Para essas comunidades serem engajadas e realmente fazerem a diferença na vida de alguém, a ponto das pessoas realmente se conectarem, geralmente elas são criadas usando os 4C’s que a Iza me apresentou.

C de Captação

Para criar uma comunidade você precisa captar pessoas. Um grupo no telegram sem pessoas não é uma comunidade, por exemplo. Um instagram também não, já que as pessoas não podem trocar ativamente por lá, é uma relação mais perfil e seguidores.

E como convidar pessoas? Use tudo o que você puder, mas deixe claro o propósito daquele espaço e porque é interessante pras pessoas estarem lá.

Mande para os amigos no whatsapp, para grupos que tenham a ver com o tema, em grupos do facebook, divulgue no seu instagram, crie artigos na internet e no final divulgue sua comunidade. Faça lives, webinários e sempre direcione as pessoas pra sua comunidade. Mostre que o ouro está lá!

C de Construção

A Iza tem um Canvas lindíssimo que ela disponibiliza no curso dela, mas resolvi trazer pontos que eu considero importantes para criar uma comunidade. Como disse, só criar um grupo no whatsapp e colocar pessoas dentro não adianta. Você precisa construir uma estratégia.

  1. Crie uma persona e entenda o motivo dela querer fazer parte da sua comunidade.
  2. Deixe claro o propósito do grupo e combinados para tudo fluir bem naquele espaço.
  3. Traga conteúdos relevantes para as pessoas e dê insumos para elas conversarem umas com as outras.

C de Conexão

Conecte-se com as pessoas para gerar engajamento e facilite as conversas. Esse é um passo importante e crucial, mas que exige muita paciência. Não é em um mês que você vai ter uma comunidade extremamente engajada, você constrói essa conexão ao longo do tempo, com constância e trocas de qualidade.

A Iza fala muito de criar rituais e eu gosto bastante disso. Quando eu penso em ritual, penso nas pessoas em volta de uma fogueira comendo marshmellow e contando histórias.

Um ritual pode ser um bate-papo pelo zoom toda quinta-feira, uma enquete toda segunda, um áudio toda terça, um encontro em um café toda quarta, etc.

C de Conversão

Se você quiser monetizar a partir de uma comunidade, existem algumas maneiras. As pessoas podem pagar para fazer parte (eu pago para fazer parte da comunidade Sobral de tráfego, por exemplo), ou você pode mantê-la gratuita e direcionar as pessoas para comprarem um produto ou serviço seu (que tenha a ver com a persona).

Muita gente trabalha com esse modelo e funciona bem! O Pedro Sobral, por exemplo, faz live toda semana com conteúdo sobre anúncios na internet e posta na comunidade paga dele. As pessoas sempre se ajudam por lá e trocam ideia sobre o assunto.

O Social Media Explorer compartilhou outros 4C’s que faz sentido trazer também. Eu diria que são os hábitos que os líderes das comunidades precisam cultivar.

C de Conteúdo

O Conteúdo se insere dentro de Construção, mas acho muito válido ressaltar esse ponto para que você lembre de entregar um conteúdo de valor e de qualidade que as pessoas da sua comunidade querem consumir e que faça sentido para elas. Isso é MUITO importante.

C de Contexto

Nem sempre vamos conseguir produzir conteúdos de valor a todo momento. Nem tem como. Mas o contexto importa e ele é o pulo do gato.

Seja a pessoa que compartilha notícias sobre o assunto da comunidade. Seja a pessoa que mostra o caminho. Mostre as tendências e coloque seu ponto de vista.

C de Conexão²

Conexão aparece nesses 4C’s e nos da Iza, ou seja: é o supra sumo da comunidade. Seja também a pessoa que conecta outras pessoas. Abra espaço para conversas vulneráveis sendo o exemplo. Converse com algumas pessoas (ou todas) da sua rede e entenda o que elas esperam do espaço que você está criando.

C de Comentários

Quando você publica alguma coisa, você espera uma resposta. Nem que seja um agradecimento, um reconhecimento, ou uma sequência do que você trouxe.

Como líder de uma comunidade, é imprescindível que você responda todos os comentários das pessoas: cada um importa. São eles que vão fazer as pessoas se engajarem e terem abertura para voltar a comentar sobre algo ali.

Depois de construir os 8C’s, use uma plataforma que a sua persona curta. Como estamos em isolamento, meus exemplos são para o online, mas serve para o presencial também.

Não adianta criar uma comunidade no telegram se seu público prefere o whatsapp, por exemplo.

Mas você sempre pode compartilhar um conteúdo e direcionar as pessoas pra sua plataforma. Assim, elas vão criar o hábito de sempre checar a plataforma da comunidade.

Os facilitadores reclamam muito de falta de engajamento na experiência de aprendizagem.
As comunidades são potentes para alavancar o engajamento nessas experiências. Se apropriar dos 8C’s e inserir em aulas, treinamentos e cursos pode trazer resultados surpreendentes.

E se tem algo que eu quero que fique na sua cabeça é que a comunidade é para as pessoas. Não se esqueça que o todo é muito maior e mais importante do que o benefício próprio. E as pessoas percebem.

Falaremos mais sobre engajamento nos próximos posts!

 

Com afeto,

Sophia Leal F. Santos.
Facilitadora e co-fundadora da Numi